Vou poupar o leitor do discurso de, faz tempo que não
apareço aqui. Sim, a vida tá corrida, muita coisa na cabeça e nem sempre
conseguimos parar para falar com o papel...
Seu amigo Jornal sabe “o negócio tá feio”, o povo anda meio
sem paciência, percebi que sou desse clube também, não consigo mais ter aquelas
conversas desnecessárias com ninguém, vejo a tiazinha vendedora de Avon eu já
fujo, os senhores dos ônibus então, corro mais do que Nerd em lançamento de
Iphone.
Mas pera ai, eu adoro conversar com as pessoas, adoro
conhecer histórias, falar do cotidiano do meu amigo jornal.
Percebo, como todo mundo também percebeu, que estamos sem
paciência ao vivo, vida de cão a nossa, a maioria das pessoas da minha idade
são malucos como eu, estudam, trabalham, tem relacionamentos, hobbies, fora os
mais malucos que fazem trabalho voluntário.
Qual o sentido de tudo isso?
Juntamos recursos, conhecimentos, experiências e temos pavor
em compartilhar isso ao vivo.
Os espertinhos vão falar que temos as redes sociais para
isso, compartilhamos as coisas, mas claro, em um ambiente controlado.
O poder do ocultar é maravilhoso e massageia nossos egos. Para
ver só o que a gente quer, selecionamos tudo amigos, comentários, noticias,
histórias... Ainda mais agora, com os algoritimos avançados, usados para
direcionar o conteúdo para que você fique cada vez mais alienado nas coisas que
você gosta ou acha que gosta.
Nos falta paciência, nos falta conversar, nos falta ouvir a
opinião dos outros. Ouvir que somos chatos, imperfeitos, defeituosos, grossos,
impetuosos... frios.
Na verdade nós temos medo, pois vivemos uma vida de cão. Com
nossa ração de mesmas noticias, leal a opinião dos mesmos amigos, fazendo as
mesmas coisas, cagando para opinião de quem nos cerca e limpa as merdas que a
gente faz.....
Correndo atrás de um pneu, sem saber onde estamos indo.
Me falta paciência pra cachorro.